top of page

Gênero Cultural: “Sexy Sense8” e representatividade

Por: Katiúscia Galhera


Sense8 é uma série estadunidense com uma história maluca que não faz sentido nenhum se alguém te contar, mas que capta toca a sua atenção e dedicação se você começar a assisti-la.


Deve ter sido bastante difícil convencer um produtor que pessoas de diversas culturas e países distintos que poderiam se apropriar de habilidades mútuas e estariam ligados física e emocionalmente - os chamados “sensates” - daria uma boa série de TV. O que importa é que deu certo e por isso estamos aqui.


Como dissemos, algo que chama bastante atenção na série é a multiculturalidade, certo? São pessoas de diversas nacionalidades e panz, existe diversidade e talz, confere?


Em Sense8 não há uma única cena de sexo heterossexual. O que ninguém parece falar muito é sobre a representatividade de minorias sexuais em Sense8. E aqui não estamos falando necessariamente de sexo nos moldes de corpos sexualizados e objetificados nas figuras de É o Tchan, Banheira do Gugu ou novelas da Globo, todas televisionadas com a família tradicional brasileira em sala.


Longe de ter qualquer pureza cristã que nos previne de falar abertamente sobre gênero e sexualidade (esse campo de estudos trata, sim, do desejo e não há necessariamente distanciamento dos sentidos da pessoa que pesquisa). Trata-se de falar abertamente das diferentes formas de representação sexual. Tem pra todos os gostos: homem gay (e não temos maturidade pra falar sobre as cenas de Afonso Herrera), mulher lésbica, mulher bissexual, mulher trans bissexual. Claro que tem coisa mainstream: o homem hétero (e loiro e alemão e performador de toda aquela masculinidade hegemônica chata sobre a qual também não tiramos os olhos, confessamos). Há, portanto, tanto representatividade em termos de orientação sexual (gay, lésbica, bi e etc.), quanto de identidade de gênero (a maravilhosa Jamie Clayton que é mulher trans na vida real, o que demonstra uma preocupação política genuína de produtorxs com o assunto).

Sense8 acabou. Um dos principais públicos da série é o brasileiro, tanto que um episódio foi todo executado na Parada do Orgulho LGBT de São Paulo. Contudo, o público brasileiro não paga muito Netflix, mas vai pegando senhas por aí, o que inviabilizou um pouco a série em termos financeiros. É interessante pensar nas vicissitudes de ser um público LGBTQIA periférico no mercado, mas essa é outra história. Por enquanto esperamos ansiosamente o episódio final de Sense8. E que seja cheio de cenas de sexo LGBTQI, ou seja, representatividade.



Posts Destacados
Posts Recentes
Procure por Tags
Nenhum tag.
Siga
  • Google+ Long Shadow
  • Facebook Long Shadow
  • LinkedIn Long Shadow
  • Twitter Long Shadow
bottom of page