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Gênero Cultural: "Quarto"

Por: Mirela Mochi


Seja por prazer, seja para estudos ou para se informar, o costume da leitura apura o vocabulário e estimula o raciocínio e a interpretação. Ler é um ato crucial para o aprendizado, que além de favorecer para o entendimento de conteúdos específicos, aprimora a escrita. O contato com a leitura colabora com a formulação e organização de uma linha de pensamento.

“Quarto” foi escrito pela irlandesa Emma Donoghue, uma leitura intrigante e que prende a atenção logo de cara. Ao iniciar a leitura, é impossível não adentrar no mundo criado por Emma. O “Quarto” é memorável, cansativo, apaixonante e revoltante. Uma leitura que ficará marcada.

A história é narrada por Jack, uma criança inocente de cinco anos que nunca saiu do quarto e jamais tinha tido contato com o mundo exterior. O garoto vive com sua mãe e ambos estão ali, pois a mãe de Jack foi enganada e sequestrada pelo Velho Nick quando era mais nova e, desde então está sendo explorada, mantida em cativeiro em um pequeno cômodo. Com garra, muita criatividade e um imenso amor maternal, sua mãe criou ali uma vida para Jack.

Mas ela sabe que não pode viver ali para sempre. Extremamente fragilizada, assustada e insegura de enfrentar o mundo fora do quarto, ela elabora um plano de fuga, que conta com a coragem de ambos.

“Quarto” merece atingir o público mais vasto possível. Para os amantes do cinema, a obra foi adaptada e o filme foi lançado em 2015 pela própria autora. O contato tanto com a leitura quanto com o filme é enriquecedor para o conhecimento dessa realidade absurda existente na sociedade, a violência contra a mulher e o tráfico de pessoas.

A leitura desta obra nos faz ter uma noção da tortura psicológica e física que a personagem e pessoas da nossa realidade sofrem diante desta situação de tamanha violência, e ao mesmo tempo nos mostra o quão importante é nos colocarmos no lugar da vítima usando a educação como forma de prevenir o tráfico de pessoas e a violência contra a mulher.

Quando terminamos a leitura, erguemos os olhos e o mundo parece o mesmo, mas, de algum modo, você está diferente e essa sensação persiste por dias. Precisamos conservar a capacidade de sentir e agir. O incômodo com a violência que fere a dignidade humana, por exemplo, misturado com a sensibilidade ao sofrimento da vitima, somado à iniciativa de todos, conseguiremos alcançar um cenário onde todos possuem o direito à vida, à liberdade, à educação, etc. Não apenas sintamos a revolta e vontade de que todos conquistam seus direitos, mas sim é necessário colocarmos a mão namassa e a cara a tapa para atingir nossos objetivos. Sejamos mais vivos, solidários, tenhamos sede de igualdade e justiça e lembremo-nos que o mundo gira em torno de todas as pessoas. Mesmo que a mudança ocorra num futuro distante, podemos alcançá-la e, o mais importante, que não percamos a “esperança” – que é a mensagem principal que a autora pretende passar para seus leitores em sua obra.

 

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